O lançamento da X-T2 vem confirmar o amadurecimento da X Series da Fujifilm. A odisseia começou com a X100 em Março de 2011; um ano depois a X-Pro1, porta-estandarte da gama, foi lançada como a primeira câmara da X Series com lentes intermutáveis.
Desde então, como é do conhecimento geral, a marca lançou uma série de corpos e uma coleção de lentes de altíssima qualidade com o objetivo de conquistar fotógrafos experientes com vontade de mudar de sistema ou de desenvolver um sistema complementar, sistema este com virtudes inegáveis ao nível do design, da ergonomia, da fiabilidade, da qualidade da imagem e da relação com o objeto. Independentemente de se simpatizar ou não com a X Series, há que reconhecer que a marca revolucionou o mercado em pouco mais de cinco anos – um mercado que estava quase estagnado até então no que diz respeito ao lançamento, de raiz, de uma nova gama de câmaras.
Antes de testar a X-T2, que chegou ao mercado nacional na passada quinta-feira dia 4 de Agosto, parece-me importante que se faça a ponte entre a X-Pro1 e a X-Pro2, a percursora da X-T2.
Tenho utilizado ambas desde sempre – a Pro1 e a X-T1 – mais a Pro1, gosto mais do formato “rangefinder”, embora esta última acusasse já o peso do anos relativamente à restante gama da marca. A Pro2, que tenho usado nos últimos meses, é sem dúvida a Revolução que a Fujifilm prometeu quando lançou este sistema. Se a XT-1 marcou a X-Series com uma série de avanços relativamente às suas antecessoras, a Pro2 vem oferecer muito mais, num package muito similar ao da Pro1.
O sensor, agora com 24MP, menu, sistema de focagem, adoção de joystick para selecionar pontos de focagem, ISO, resistência a poeiras e humidade e compensação de exposição mais abrangente são, na minha opinião, as áreas em que a Pro2 mais se distingue da Pro1. O restante é o que resulta da evolução natural entre gerações do mesmo produto, embora seja relevante em muitos pontos como veremos adiante. A sensibilidade ISO passou a ser selecionada através de um comando completamente analógico situado no topo da Pro2. Basta puxar e rodar o anel exterior do botão rotativo de comando da velocidade de obturação. A compensação da exposição passa a ser possível até +- 3EV e até +-5EV na posição C do respetivo anel de comando, em conjunto com o botão rotativo frontal. A Pro2 tem agora 6 botões cuja função é completamente configurável.
Para a seleção de um dos 273 pontos de focagem, que se podem reduzir a 77 para maior rapidez, a Fujifilm introduziu um pequeno joystick operável com o polegar – à semelhança de DSLR’s topo de gama, a introdução deste comando permite uma seleção muito mais rápida e precisa do ponto de focagem que se pretende utilizar.
O menu está melhor, a Pro2 (esquerda) tem muito mais opções de configuração do que a Pro1, é por isso bem-vindo o novo interface mais claro, mais intuitivo e com um grafismo mais simples. Nota menos: a seleção de qual é o slot do cartão SD que pretendemos utilizar (1 ou 2), está um pouco escondida nos submenus, de resto está bem conseguida a forma como tudo está organizado. É possível aglutinar algumas funções “debaixo” de um menu configurável – o que permite ao utilizador selecionar as funções que considera mais importantes e aceder-lhes de forma directa.
A qualidade de construção é referencial, habitual na X Series – corpo em magnésio, agora selado contra as agruras de uma utilização mais dura. O punho é também maior – a Pro2 fotografada tem montado o handgrip MHG XPRO2, o que lhe confere uma pega ainda mais confortável, sobretudo para utilizadores habituados a DSLR’s profissionais ou com mãos um pouco maiores. A Pro2 regista agora 8 imagens por segundo e a velocidade máxima de obturação é de 1/32000 (obturador electrónico) e de 1/8000 no caso do obturador de plano focal. O flash sincroniza a 1/250, no entanto logo que o flash EF-X500 seja lançado em Setembro de 2016 a Pro2 passa a sincronizar a alta velocidade (FP). A sensibilidade máxima aumentou para 51200 ISO, agora disponível em RAW e JPEG, incompatível contudo com o obturador electrónico – neste caso ISO 12800 é o patamar máximo de sensibilidade. O baixo ruído a sensibilidades elevadas sempre foi uma característica da X Series e a Pro2 é referencial neste domínio. Para a imagem em baixo: lente Fujifilm XF90mm F2, ISO 10000, 1/720, f2.0, Av, Pattern Metering, Provia – imagem é um crop JPEG SOOC, e nas três sequências realizadas – em condições de luz muito difíceis para qualquer câmara – a Pro2 em modo de focagem contínuo, ponto de focagem previamente selecionado, registou 7 imagens em cada 10 com sucesso, em média. Neste contexto sublinha-se a capacidade de resposta do novo sistema de focagem e a extraordinária performance a sensibilidades ISO elevadas (detalhe noutro ponto deste review).
Quando comparada com a sua antecessora,a Pro2 oferece agora 273 pontos de focagem contra 49 da Pro1 – todos CDAF no caso da câmara mais antiga; dos 273 da Pro2 169 são PDAF (os quadrados da zona central do LCD).
A Pro2 grava video 60P, tem Wi-Fi – que pode ser utilizado para controlar a câmara remotamente através da aplicação Fujifilm Camera Remote, disponível para iPhone ou Android. Tem dois slots para cartões SD, mais resolução no LCD e o visor, que se mantém híbrido, permite agora – tal como sucede com a X100T – a imposição de uma pequena imagem com a zona do ponto de focagem ampliado – tudo selecionável com um toque na pequena alavanca frontal. Talvez mais importante, o shutter lag foi reduzido de 0.37 segundos para 0.06 segundos.
O design da X-Pro2 é uma evolução natural da Pro1: refinou-se o conceito, evoluiu-se na continuidade – a Pro2 é extraordinariamente agradável de utilizar tal como a sua antecessora sempre foi. Esta é uma as qualidades intrínsecas da X Series e a Fujifilm garantiu que com a Pro2 o prazer se mantém.
Evolução: da X-Pro1 para a X-Pro2
A evolução geracional entre Pro1 e Pro2, está patente nas imagens seguintes. A imagem da Pro2 (em baixo) tem de facto mais detalhe, conforme se pode verificar pelo crop a 100% que se segue (sempre primeiro a imagem da Pro1).
Fujifilm XF16-55mm@16mm, f6.4, ISO200 – RAW convertido diretamente em ACR, sem correcções – 100% crop, imagem da Pro1 em cima, da Pro2 em baixo.
Idem, Fujifilm XF16-55mm@25mm, f4, ISO200 – RAW convertido diretamente em ACR, sem correcções – imagem da Pro1 em cima, da Pro2 em baixo.
Fujifilm XF16-55mm@55mm, f8, ISO640 – RAW convertido diretamente em ACR, sem correcções – imagem da Pro1 em cima, Pro2 em baixo, idem para crop 100% que se segue.
Confirma-se a tendência da Pro2 para produzir imagens com tonalidade um pouco mais quente, mais agradáveis mas mantendo-se fiéis à tonalidade original da cena registada. Claramente perceptível a capacidade para devolver mais detalhe no novo sensor X-Trans III da Pro2.
Idem, ibidem, Fujifilm XF16-55mm@55mm, f6.4, ISO200 – RAW convertido diretamente em ACR, sem correcções – 100% crop, imagem da Pro1 em cima, da Pro2 em baixo.
Analisando comparativamente as imagens registadas pela Pro1 e Pro2, com a mesma lente (XF 16-55mm f2.8 WR) e nas mesmas circunstâncias, confirma-se a evolução em termos de resolução do novo sensor X-Trans CMOS III. Na imagem acima e na zona da rolha da garrafa, canto superior esquerdo, essa evolução é claramente visível. O trabalho desenvolvido pelos técnicos da Fuji foi subtil e as restantes características dos sensores X-Trans mantêm-se: color rendering único e tipicamente Fujifilm, tonalidade neutra e baixo ruído. Apesar do aumento de megapixeis, de 16 para 24, o ruído não aumentou significativamente. Este sensor é, claramente, um dos melhores do mercado neste domínio – a DP Review quando analisou comparativamente o X-Trans III chegou à mesma conclusão – “parece haver um pouco menos de ruído do que na D7200 da Nikon ou do que na Canon EOS 7D Mark II a ISO 3200. Mesmo em ISO mais elevados, independentemente da marca dos sensores, a Fuji leva a melhor. A ligeira diminuição de ruído, em comparação com a D7200, sugere que os ficheiros Raw da Pro2 podem ter algum grau de redução de ruído aplicado, mas muito subtil. De qualquer forma, os resultados estão entre os melhores que já vimos de uma câmara APS- C.”
Performance ISO
As imagens seguintes revelam a performance ISO da Pro 1 da Pro2 – todas as fotografias realizadas com luz do dia, lente Fujifilm XF 35mm, f1.4@f5.6, Provia – JPEG SOOC, crop 66%, imagem X-Pro1 antecede imagem X-Pro2. Confirma-se a tendência da X-Pro2 para produzir imagens com tons ligeiramente mais quentes.
ISO 200 – Sem ruído, em ambas. Há detalhe na lombada dos livros e na superfície de madeira.
ISO 400, idem, setting perfeitamente utilizável, as diferenças para ISO 200 são absolutamente negligenciáveis.
ISO 800 – Perda de algum detalhe na imagem produzida pela X-Pro1, contudo as imagens continuam perfeitamente utilizáveis. Na Pro2 a ISO 800 as imagens produzidas pela câmara têm praticamente o mesmo nível de ruído das imagens produzidas a ISO 400 – excelente.
ISO 1600 – Pro1 mantém-se em perda, contudo as imagens são absolutamente utilizáveis. Na Pro2 não há qualquer indicação de perda de detalhe (atente-se na fina textura da superfície de madeira).
ISO 3200 – Pro1 e Pro2 continuam a produzir imagens perfeitamente utilizáveis, mas já com perda de detalhe visível na Pro1.
ISO 6400 – Tendo em conta a data de lançamento (2012), as imagens da Pro1 são de nível extraordinário, no entanto já não podem competir com as imagens produzidas pela Pro2, absolutamente utilizáveis, sem hesitação.
ISO 12800 – Desaparece completamente o detalhe da fina textura da madeira em ambas, no entanto o ruído é visível na imagem produzida pela Pro1, enquanto que na imagem produzida pela Pro2, apesar da ausência da fina textura da madeira, ainda não há ruído perceptível nessa zona da imagem (comparativamente). Este é, caso se pretenda obter uma imagem com detalhe suficiente e sem grande perda de saturação nas cores reproduzidas, o setting limite a utilizar na Pro2. Na Pro1, 6400 ISO será o limite aconselhável.
ISO 25600 – Evolução notória da Pro2, apesar do sensor maior e dos photosites mais pequenos (que recebem menos luz, por pixel): 4.82 microns da Pro1 versus 3.93 microns da Pro2.
ISO 51200 (apenas X-Pro2) – Apesar do ruído ser visível (e da aplicação de redução do mesmo se tornar perceptível), a Pro2 produz, por larga margem, a melhor imagem de entre todos os sensores APS-C existentes no mercado nesta data (Agosto 2016). Se comparada com formatos mais pequenos, Micro 4/3, então a diferença é abissal a favor da Pro2. A Pro2 perde apenas para a Nikon D5 e para a Canon EOS 1D X Mark II. Resultado brilhante.
Flash
A utilização de flash tem estado muito limitada na X Series. Com o lançamento do novo EF-X500 a marca promete colocar o sistema ao nível dos sistemas da Canon e da Nikon. Na Pro1, a utilização cumulativa do flash e lentes com aberturas superiores a f2.0 colocava por vezes alguns problemas, com o conjunto máquina/flash a produzirem resultados sobre expostos com muita frequência; a introdução de valores de correção na exposição do flash raramente resolvia o problema. Na Pro2 estas questões foram definitivamente resolvidas conforme se observa nas duas imagens subsequentes: Pro2, lente Fujifilm XF 56mm f1.2@f1.6, 1/180, ISO 320, Provia, Flash Fujifilm EF-X20, -1/3 EV, RAW/ACR sem correções.
Na rua – A X-Pro2 no seu habitat natural
Muito se tem escrito acerca dos atributos, performance e utilização da X-Series da Fujifilm. Quem já frequentou um dos meus workshops ter-me-á ouvido dizer, vezes sem conta, que o equipamento deverá ser adquirido em função do tipo de fotografia que se pretende produzir. Na minha opinião, a X-Series é o instrumento de eleição para street photograhy, foto-reportagem, wedding (logo que o EF-X500 seja lançado, a derradeira ferramenta de que os fotógrafos deste tipo de eventos poderão sentir falta), produção de ensaios e moda (com utilização de cabeças de flash de estúdio). Sabemos que a X-T2 promete estar ao nível das DSLR’s profissionais no capítulo da focagem, pelo que se assim for então o desporto também passará a estar ao alcance da X-Series. Jeff Carter testou uma X-T2 em Le Mans, e os resultados são muito convincentes.
Pelo tamanho e peso, o que permite manter um perfil muito discreto, pela qualidade das imagens produzidas pelo sistema e pelo puro prazer de utilização, a fotografia de rua e a foto-reportagem são, penso, os ambientes em que a X-Series bate todos os seus concorrentes. A Home with a view foi integralmente produzido com um corpo Pro1 e três lentes prime Fujifilm, Pilgrims, Chapter one: Walking to Fatima, foi integralmente produzido com uma X-T1, uma X-Pro1 e um conjunto de cinco lentes Fujifilm, dois zooms e três primes. Bus Stops e Zero Two Zero foram igualmente produzidos com câmaras Fujifilm X-Series e lentes Fujifilm, pelo que é para mim natural que a Pro2 seja testada num ambiente similar.
16-55mm@55mm, f2.8, ISO 200, Provia, JPEG SOOC – Exposição correta para a parte fundamental da imagem, com reprodução fiel da cor e detalhes do trator.
16-55mm@35mm, f3.6, ISO 640, Provia, JPEG SOOC – Belíssima reprodução da luz suave que iluminava a fachada de uma sapataria, comércio tradicional, velha rua da baixa.
16-55mm@50mm, f4.0, ISO 200, Provia, JPEG SOOC – Há imenso detalhe na janela de madeira, gasta pelo tempo. O sensor da Pro2 reproduz fielmente e com abundante nível de detalhe o intrincado das várias camadas de tinta e madeira presentes na janela. Bom cálculo de exposição, preservando detalhe nas altas e baixas luzes.
16-55mm@55mm, f6.4, ISO 640, Provia, JPEG SOOC – Nível de detalhe extraordinariamente bem registado, mesmo a ISO640.
16-55mm@34mm, f4, ISO 2500, Provia, JPEG SOOC – ISO 2500, rua sombria – reprodução perfeita de todos os detalhes da imagem.
RAW versus JPEG
Conforme se pode constatar pelas imagens constantes neste review que são SOOC JPEG (Straight Out Of Camera JPEG) a Pro2 produz JPEG’s de elevadíssima qualidade – muitos fotógrafos questionam a necessidade de utilizar ficheiros RAW no seu trabalho, em virtude do detalhe, equilíbrio e contraste dos JPEG produzidos pelas câmaras atuais, de uma forma geral, pela X-Series em particular. Acresce a facilidade de edição e pós-produção/arquivo dos JPEG. As imagens seguintes foram recolhidas em RAW e posteriormente convertidas de acordo com a legenda – há vantagens, estritamente do ponto de vista qualitativo, em utilizar ficheiros RAW como base de trabalho, pós-produzindo esses ficheiros para deles extrair todo o detalhe possível.
16-55mm@30mm, f4.0, ISO400, produzida “to taste” em Lighroom e Photoshop
16-55mm@40mm, f5.0, ISO640, idem em ACR, com processamento de cor
16-55mm@48mm, f8.0, ISO200, idem, ibidem em ACR
Há mais informação nos ficheiros RAW – inequívoco, o que permite na pós-produção recuperar detalhe no extremo da latitude de exposição, sombras e altas luzes. Nas duas imagens anteriores o detalhe nas altas luzes quase desapareceu, contudo foi relativamente fácil recuperar essa informação e “reconstruir” uma imagem plena de detalhe. A Pro2 permite gravar ficheiros RAW uncompressed ou lossless compressed. Todos os ficheiros Raw que constam neste artigo foram gravados sem compressão. Um ficheiro tiff a 16 bits tem 144MB. Propositadamente, não houve qualquer aplicação de correção de exposição na recolha de imagens, selecionou-se a medição matricial, com prioridade à abertura.
A sequência seguinte comprova o nível de detalhe contido num ficheiro RAW por oposição a um JPEG. A primeira imagem é um JPEG SOOC, a segunda é uma edição desse mesmo ficheiro com o objetivo de recuperar informação nas altas e nas baixas luzes e a terceira uma conversão do ficheiro RAW em Adobe Lightroom, “to taste”. As diferenças são notórias. Imagem produzida com a lente Fujifilm XF 16-55mm@50mm, f2.8, ISO1250
Acros e adição de grão
Para os amantes de preto & branco a Pro2 tem um novo film mode: Acros – que se utiliza em todas as imagens que se seguem – esta simulação pretende reproduzir o tom equilibrado do Acros original, grão fino (depende do ISO, claro); de facto, parece que os engenheiros da Fujifilm foram capazes de reproduzir fielmente a gama tonal do Acros original, tal como já haviam conseguido com as simulações de filme anteriores desenvolvidas para a X-Series.
A Pro2 permite agora a adição de grão, mais forte (topo) ou mais subtil (abaixo):
Peso
Com bateria, dois cartões SD, correia de pulso Joby e o punho MHG XPRO2, a X-Pro2 pesa 620 gramas (peso verificado).
Especificações
Especificações da X-Pro2 aqui.
Atualizações de firmware
A última versão disponível nesta data (8 de Agosto de 2016), é a versão 1.02, disponível aqui.
Acessórios
Da Fujifilm, disponíveis aqui.
Conclusão
A X-Pro2 é a evolução esperada da X-Pro1. Excede as expectativas contudo: mantém a excelente reprodução de cor da geração anterior – especialmente de tons de pele, tão característica da marca; os níveis de ruído e detalhe nas sensibilidades ISO mais elevadas são ímpares – os melhores do mercado, apenas superados pelos modelos de referência da Canon e Nikon (1D e D5). O novo sistema de focagem é muito superior ao da anterior geração – será difícil perder uma imagem por falta de rapidez do sistema; a introdução do joystick para selecionar o ponto de focagem ativo é um passo gigantesco na usabilidade da câmara, o grip está melhor – mais ergonómico e adaptado a mais fotógrafos, e a ergonomia de uma forma geral continua referencial. Esta é, tal como a Pro1 já era, uma máquina fotográfica para quem realmente gosta de fotografar, para quem gosta de se envolver com o objeto, de “sentir” a fotografia. Sim, há muito de intuitivo na utilização da Pro2, estabelece-se uma ligação com o objeto que é quase aditiva, mas por outro lado a câmara desaparece quando estamos no meio da ação, permitindo que o fotógrafo se concentre no seu trabalho sem que Pro2 interfira, de todo.
O slot duplo para cartões, as evoluções registadas ao nível do visor óptico/EVF e do LCD e a possibilidade de configurar menu e seis botões elevam a câmara a um patamar de excelência do ponto de vista da usabilidade e configuração. Para quem gosta de controlar ou corrigir a exposição, o novo botão rotativo de maiores dimensões permite agora que a correção seja feita de forma direta até +-3EV e de forma indireta até +-5EV. O obturador mecânico com velocidade máxima de obturação de 1/8000, complementado pelo obturador electrónico com velocidade máxima de obturação de 1/32000 permitem tirar proveito da excelente gama de lentes originais Fujifilm XF, uma vez que é possível explorar as lentes a máxima abertura, quase sem limites.
Aguarda-se o lançamento do flash EF-X500 – que peca por tardio, mas que, se cumprir com o grau de exigência a que a marca já nos habituou, complementará a gama de forma perfeita.
A melhorar, decididamente, a autonomia das baterias – em modo alta performance e com algum cuidado na utilização do LCD para rever as imagens produzidas, conseguimos em média 250/300 imagens por carga – aguarda-se o novo pack NP-W126S para poder comparar com o atual NP-W126, na esperança de que a autonomia possa vir a aumentar – seria óptimo.
Para street photographers não haverá melhor sistema neste momento, para foto-repórteres esta é uma das melhores opções disponíveis. Como sistema, a X-Series é um sério candidato a ficar na história da fotografia como um dos sistemas mais competentes e polivalentes de sempre. Nesta data, a gama X-Series é composta por onze lentes prime, nove zooms, dois tele-conversores, sete corpos para lentes intermutáveis. Complementam a oferta quatro câmaras compactas de elevada qualidade. E tudo começou em 2011 – aguardamos com expectativa pelos cinco anos seguintes.
A Pro2 cumpre com o prometido pela marca em 2014, Evolution to Revolution.
(Mais) Fotografias (JPEG SOOC)
X-Pro2, XF16mm f1.4
X-Pro2, XF90mm f2.0
Fotografias: John Gallo e Luís Belo
Texto: John Gallo
Onde comprar:
Todas as imagens do teste
One thought on “Da X-Pro1 para a X-Pro2 – From Evolution to Revolution”