Viriato, um herói universal – honrar a nossa história

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Produzir um ensaio histórico é um exercício complexo. A ideia original, toda a produção, o necessário rigor histórico, longos dias no terreno para produzir as imagens… Edição e pós-produção – outro processo longo…

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A Lenda de Viriato, ideia original da Chappa, produzida pela Chappa e pela Espada Lusitana, financiada pelo Município de Viseu e patrocinada pela Olympus é um projecto único, cujo valor intrínseco ultrapassa, muito, a imagética e o conceito estético inerente à produção.

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Viriato, por mérito próprio, deveria ser um herói reconhecido em todo o planeta. Os seus feitos foram únicos, de uma magnitude extraordinária. Este ensaio pretende, com toda a pretensão, contribuir para esse reconhecimento. Mas Viriato, infelizmente, não é caso único.

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Os heróis lusos e portugueses, cujos feitos e conquistas representam passos gigantes na história da Humanidade, são, por nós portugueses, estupidamente ignorados. Idolatramos uns fantoches estrangeiros, muitos apenas heróis no papel – nunca daí saíram – idolatramos outros ainda mais porque a cultura anglo-saxónica é sábia na promoção de tretas e de gente pífia (compare-se Robin Hood a Viriato, qualquer astronauta do programa espacial americano aos navegadores portugueses).

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Felizmente parece a mentalidade estar a mudar, pelo menos em Viseu. Um Município com uma visão extraordinária da cultura e saber locais, ciente que Viriato é um dos ícones da cidade, com clara consciência da importância destes heróis míticos na construção de uma identidade forte, carismática, que invariavelmente atrai turistas, capital, desenvolvimento, saber, ajudando a alavancar a economia de toda uma região, de um país.

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Portugal está na moda. O clima, a gastronomia, a paisagem, a candura de um povo que sabe receber bem, a segurança (Portugal é, neste momento, o quarto país mais seguro do mundo), os bairros típicos, os monumentos, o preço convidativo a que nos vendemos a povos mais ricos, são brutalmente apelativos para todo o planeta.

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Contudo, um fluxo de turistas estável, prolongado no tempo, depende igualmente de outros factores e, de entre estes, uma forte identidade cultural é crítica para atrair recursos neste sector. A floresta de Sherwood no Reino Unido, tornada célebre pela lenda de Robin Hood, atrai cerca de 350000 visitantes/ano; tem um centro de visitas renovado em 2017 – originalmente construído em 1970 – renovação essa orçamentada em 5 milhões de libras… Claro, tudo se pode aí fazer, desde caminhar pela icónica floresta, comprar bugiganga com Hood como tema central, fazer uma refeição, visitar o “Major Oak”, participar no Festival Robin Hood… Enfim, uma lição de marketing… (link no final do texto)

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Imaginem o que podemos fazer em Portugal, apenas com a lenda de Viriato… Honrar a nossa história, venerar os nossos heróis e dar a conhecer os nossos feitos ao mundo é o caminho para tornar Portugal numa referência cultural, histórica e, até, social. Os resultados para a auto-estima da nação e para o incremento da economia por via do aumento das receitas directas e indirectas provenientes do turismo serão muito expressivos.

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Município de Viseu, Viseu Cultura, Olympus, Espada Lusitana, John Gallo, Chappa

Todas as imagens © Município de Viseu

Site UK Floresta de Sherwood: https://www.visitsherwood.co.uk

 

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Publicado por John Gallo

I am a social documentary photographer, videographer and writer. I believe we need to focus on people, on human beings; we need to humanize the planet, to change our relationship with Nature and assure next generations a much brighter future. Winner of the 2015 The Guardian/Royal Photographic Society's Joan Wakelin Award. Sou fotógrafo sócio-documental, ensaísta e escritor. Acredito que o nosso foco têm que ser as pessoas; urge humanizar o planeta, alterar a relação que temos tido com a Natureza e garantir que não hipotecamos o futuro dos nossos filhos. Em 2015 o jornal The Guardian (UK) e a Royal Photographic Society distinguiram o meu trabalho atribuindo-me o Joan Wakelin Award.

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