É um privilégio conhecer e trabalhar em locais únicos no mundo. A paisagem do Douro tem tanto de imponente como de fascinante, independentemente da hora do dia ou da estação do ano.
Reflexos de Natal
O Rossio em Viseu, Natal de 2019
Estas são imagens da época. Trabalhadas de um ângulo diferente, reflexos de uma luz efémera que em Janeiro caduca, cai, volta em Dezembro. No Rossio e nas ruas adjacentes da baixa viseense reflexo de alguns momentos de contemplação, espelhados nos objectos com memória da cidade jardim. Feliz Natal, enjoy the season!
Fotografia de rua
Fala-se muito hoje de street photography, é um saco onde tudo se mete. Há contudo, não só na street photography bem como em qualquer outra área da fotografia um elemento crítico para que a imagem tenha, de facto, algum valor: o sujeito. Street photography não é fotografia produzida na rua. Street photography é fotografia produzida na rua, cujo sujeito ou ação é relevante, transmite inequivocamente a cultura de um lugar ou de uma cidade e é tirada no momento certo (decisivo dizia Bresson). O resto são cenas de rua, desinteressantes, perigosamente pretensiosas.
Fotografia: London, UK. West London Tales
Carviçais 2019
Perigosa e velocíssima gincana
Um dos momentos mais perigosos que vivi na Feira de São Mateus no ano passado foi este: motocicletas de gás aberto, numa perícia disputada completamente no limite por pilotos brutalmente dotados. Coloquei a minha vida e a vida dos participantes em risco para conseguir estas imagens, mas acho que valeu a pena. Como podem observar nestas fotografias a estonteante velocidade a que a prova foi disputada não deixou ninguém indiferente.
Este ano a mãe de todas as feiras regressa dia 8 de Agosto.
Todas as fotografias © Viseu Marca/Chappa
Editorial, Institucional & Comercial
Update no site John Gallo – http://www.johngallo.co.uk – nova página com fotografia editorial, institucional e comercial.
Aqui ficam algumas das fotografias:
Porto.
Foi nestas ruas que me fiz fotógrafo, no início da década de noventa. Quase por aqui não passava gente num domingo – alguns velhotes, muito poucos turistas, os velhos edifícios da baixa gemiam num estertor de morte, fétida, anunciada. Não fotografava nas ruas do Porto há vinte anos – sim, ainda há muito por fazer, mas esta não é a mesma cidade que me ajudou a desenvolver um amor incondicional pela minha profissão. O Porto ferve. Porto, numa pacata tarde de domingo, em 2019. Porto.
Night Errand
Night Errand. Inspirei-me no poema de Eric Berlin com o mesmo título para produzir este ensaio. Night Errand pode ser a história de alguém “high on ecstasy” deambulando pela cidade à procura de tudo e que acaba por nada conseguir encontrar.
Ou porque não, errante, alguém perdidamente apaixonado – amor correspondido ou não, pouco importa – bordejando a loucura, perdendo-se cidade adentro.
Night Errand é um daqueles momentos universais, razões pouco ou nada importam – perdemo-nos na cidade, somos por ela absorvidos até nos tornarmos parte da sua malha, da sua traição, tragados pela maré de solidão em que ela nos envolve, repetidamente, agora, amanhã, depois, sempre.
Ou será apenas o impulso consumista – a necessidade permanente de consumir, de ter, de possuir, de morrer na teia de luzes psicadélicas de cores berrantes, apontadas a uma alma atraída para uma morte lenta, escravizada pela cultura neo-liberal?
Ou será apenas solidão? Daquela que mata, que mata por dentro sem que nunca se veja por fora. Daquela que consome as entranhas da alma, deixando-nos podres, egoístas, rancorosos, secos, incapazes de mergulhar na imensidão do mundo.
Ou será só uma viagem em que todos os tempos verbais se entrecruzam, em que universos paralelos colidem enquanto a náusea permanece? Náusea que se desfaz devagar, numa teia de fumo envolta em mistérios densos, adensados pela aspereza do tempo. Agastados, já não sabemos bem, mas será apenas uma viagem, disso estamos certos.
Leiam o poema de Eric Berlin – banda sonora? Harlem River, Kevin Morby.
Sem manipulação digital. Todas as imagens © John Gallo/Chappa 2019
O Presidente da República escreve-nos, pela segunda vez

Na sequência da publicação do segundo volume de Floresta Negra, com o subtítulo “Inferno”, o Presidente da República voltou a endereçar-nos uma pequena missiva. “Inferno” foi integralmente produzido na zona de Pedrogão Grande, depois do grande incêndio que transformou indelevelmente toda a zona centro do pais e que causou mais de 60 vítimas mortais.
Senhor Presidente, bem-haja! Muito obrigado!
Viriato, um herói universal – honrar a nossa história
Produzir um ensaio histórico é um exercício complexo. A ideia original, toda a produção, o necessário rigor histórico, longos dias no terreno para produzir as imagens… Edição e pós-produção – outro processo longo…
A Lenda de Viriato, ideia original da Chappa, produzida pela Chappa e pela Espada Lusitana, financiada pelo Município de Viseu e patrocinada pela Olympus é um projecto único, cujo valor intrínseco ultrapassa, muito, a imagética e o conceito estético inerente à produção.
Viriato, por mérito próprio, deveria ser um herói reconhecido em todo o planeta. Os seus feitos foram únicos, de uma magnitude extraordinária. Este ensaio pretende, com toda a pretensão, contribuir para esse reconhecimento. Mas Viriato, infelizmente, não é caso único.
Os heróis lusos e portugueses, cujos feitos e conquistas representam passos gigantes na história da Humanidade, são, por nós portugueses, estupidamente ignorados. Idolatramos uns fantoches estrangeiros, muitos apenas heróis no papel – nunca daí saíram – idolatramos outros ainda mais porque a cultura anglo-saxónica é sábia na promoção de tretas e de gente pífia (compare-se Robin Hood a Viriato, qualquer astronauta do programa espacial americano aos navegadores portugueses).
Felizmente parece a mentalidade estar a mudar, pelo menos em Viseu. Um Município com uma visão extraordinária da cultura e saber locais, ciente que Viriato é um dos ícones da cidade, com clara consciência da importância destes heróis míticos na construção de uma identidade forte, carismática, que invariavelmente atrai turistas, capital, desenvolvimento, saber, ajudando a alavancar a economia de toda uma região, de um país.
Portugal está na moda. O clima, a gastronomia, a paisagem, a candura de um povo que sabe receber bem, a segurança (Portugal é, neste momento, o quarto país mais seguro do mundo), os bairros típicos, os monumentos, o preço convidativo a que nos vendemos a povos mais ricos, são brutalmente apelativos para todo o planeta.
Contudo, um fluxo de turistas estável, prolongado no tempo, depende igualmente de outros factores e, de entre estes, uma forte identidade cultural é crítica para atrair recursos neste sector. A floresta de Sherwood no Reino Unido, tornada célebre pela lenda de Robin Hood, atrai cerca de 350000 visitantes/ano; tem um centro de visitas renovado em 2017 – originalmente construído em 1970 – renovação essa orçamentada em 5 milhões de libras… Claro, tudo se pode aí fazer, desde caminhar pela icónica floresta, comprar bugiganga com Hood como tema central, fazer uma refeição, visitar o “Major Oak”, participar no Festival Robin Hood… Enfim, uma lição de marketing… (link no final do texto)
Imaginem o que podemos fazer em Portugal, apenas com a lenda de Viriato… Honrar a nossa história, venerar os nossos heróis e dar a conhecer os nossos feitos ao mundo é o caminho para tornar Portugal numa referência cultural, histórica e, até, social. Os resultados para a auto-estima da nação e para o incremento da economia por via do aumento das receitas directas e indirectas provenientes do turismo serão muito expressivos.
Município de Viseu, Viseu Cultura, Olympus, Espada Lusitana, John Gallo, Chappa
Todas as imagens © Município de Viseu
Site UK Floresta de Sherwood: https://www.visitsherwood.co.uk